ISD retoma atividades presenciais do Educa Parkinson

Publicado em 16 de dezembro de 2021

Após um período de suspensão das atividades presenciais em razão da fase mais crítica da pandemia do coronavírus, as ações presenciais do Educa Parkinson foram retomadas nesta segunda-feira (13/12) pelo Instituto Santos Dumont (ISD). Aproximadamente 40 pacientes e familiares atendidos na Clínica de Parkinson do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), uma das unidades do ISD em Macaíba, participaram de uma palestra dialogada que teve como tema “Orientações Nutricionais voltadas para o Parkinson”.

 

O cuidado nutricional é importante no Parkinson porque através de uma alimentação adequada, a pessoa portadora da condição poderá prevenir complicações resultantes da doença, ter mais energia e uma ação de maior efetividade do medicamento. De acordo com a preceptora multiprofissional nutricionista do ISD, Luciana Câmara, ainda há desinformação entre os pacientes de Parkinson sobre a correta alimentação e a palestra teve o intuito de reduzi-la. O consumo de uma alimentação variada, rica em nutrientes antioxidantes deve ser estimulada. Porém, é preciso cuidado com os suplementos.

 

Uma das medicações mais usadas no tratamento da Doença de Parkinson é a levodopa, que apresenta interação com as proteínas da dieta e com a suplementação da vitamina B6. A nutricionista Luciana Câmara orienta que seja evitado o consumo de proteína nos horários próximos à medicação (2 horas antes ou 2 horas depois).

 

“Falamos sobre uma alimentação que possa gerar mais energia, que possa melhorar a constipação, que seja anti-inflamatória, que cause menos engasgos, aliada ao consumo regular de água. O mais importante da alimentação no Parkinson é a relação da proteína com a medicação, para que a proteína não interfira na absorção da medicação. As informações que nós demos foi para que eles possam ter autonomia na alimentação e melhorar a qualidade dessa alimentação no dia a dia”, ressalta a nutricionista Luciana Câmara.

 

O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada pela intensa diminuição da produção da dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas). A dopamina ajuda na realização de movimentos voluntários do corpo, de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância no cérebro. Na falta dela, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos.

 

Um dos pacientes da Clínica de Parkinson que participou da atividade foi João Oliveira, de 61 anos. Ele foi diagnosticado com a doença em 2016 e, há aproximadamente sete meses, faz acompanhamento no ISD. O tratamento medicamentoso aliado à fisioterapia específica para as necessidades dele tem gerado bons resultados. “Eu me sinto melhor, mais confiante. O atendimento das fisioterapeutas dos Anita me ajudou bastante com os exercícios que são repassados, principalmente na parte da comunicação. Hoje, eu engasgo menos, consigo falar melhor. Com a fisioterapia, meu enrijecimento (muscular) diminuiu e ganhei mais qualidade de vida”, comentou João Oliveira, que pela primeira vez participou da atividade presencial do grupo, sendo acolhido pelos pacientes mais antigos.

 

Conforme a preceptora multiprofissional neuropsicóloga Joísa Araújo, durante a fase mais aguda da pandemia, quando as atividades não essenciais foram suspensas, algumas edições do Educa Parkinson foram feitas de forma remota. “Era o possível para o momento. Sabíamos que eles estavam saudosos, pois eles se tratam como uma família, cuidando uns dos outros. Foi um momento de divisão de conhecimento e, também, de reencontros. Eles estavam super animados e não paravam de fazer perguntas à nutricionista”, comentou Joísa Araújo.

 

O retorno às atividades presenciais foi celebrado pelos pacientes da Clínica do Parkinson. Um dos mais animados era o aposentado Domingos Sávio de Azevedo Cabral, de 71 anos. Diagnosticado com Parkinson aos 58 anos, ele é um dos primeiros pacientes da clínica. Aliando o tratamento medicamentoso à fisioterapia e demais procedimentos desenvolvidos no Anita, ele detalhou ganho de qualidade de vida e autonomia. “Eu chamo isso aqui de céu. Eu nunca vim aqui para não aprender algo sobre o Parkinson. Sempre aprendo alguma coisa. Em função da minha doença, leio muito. Eu melhorei muito através da terapia e fisioterapia aqui no Anita”, comentou.

 

A preceptora multiprofissional fisioterapeuta e coordenadora do Programa de Residência no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência, Lorenna Santiago, destacou a importância da retomada das reuniões presenciais e anunciou a criação de uma comissão para discutir assuntos relacionados à Clínica de Parkinson do ISD. “A retomada das atividades presenciais do grupo de pacientes e familiares da Clínica de Parkinson do ISD, conhecido como grupo Tremeluzir, faz parte do tratamento da doença. O processo de aprender a lidar com o Parkinson para ter uma melhor qualidade de vida vai muito além de exercícios físicos, cognitivos e uso de medicações. Apropriar-se de informações específicas e trocar experiências com outras pessoas que estão vivendo situações semelhantes é fundamental para fortalecer a autonomia e a rede de apoio”, frisou.

 

Equipe

Integram a Clínica do Parkinson as preceptoras multiprofissionais do ISD, a neuropsicóloga Joísa Araújo; a fisioterapeuta Lorenna Santiago; a psicóloga Miliana Galvão; a fonoaudióloga Marília Brito; a assistente social Alexandra Lima e a terapeuta ocupacional Thays Brígido. Como preceptor médico, integra o grupo o neurocirurgião Hougelle Simplício. A nutricionista Luciana Câmara foi convidada a participar do encontro a partir das demandas trazidas pelos pacientes. As atividades desta segunda-feira contaram com o apoio das residentes do Programa de Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência, Érica Juliana Bezerra, Rafaelly Alves, Sara Lima, Leislei Maquiri, Lídia Gomes, Mirelly Danglês e Érika Carvalho.

Texto:  Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Foto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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Após um período de suspensão das atividades presenciais em razão da fase mais crítica da pandemia do coronavírus, as ações presenciais do Educa Parkinson foram retomadas nesta segunda-feira (13/12) pelo Instituto Santos Dumont (ISD). Aproximadamente 40 pacientes e familiares atendidos na Clínica de Parkinson do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), uma das unidades do ISD em Macaíba, participaram de uma palestra dialogada que teve como tema “Orientações Nutricionais voltadas para o Parkinson”.

 

O cuidado nutricional é importante no Parkinson porque através de uma alimentação adequada, a pessoa portadora da condição poderá prevenir complicações resultantes da doença, ter mais energia e uma ação de maior efetividade do medicamento. De acordo com a preceptora multiprofissional nutricionista do ISD, Luciana Câmara, ainda há desinformação entre os pacientes de Parkinson sobre a correta alimentação e a palestra teve o intuito de reduzi-la. O consumo de uma alimentação variada, rica em nutrientes antioxidantes deve ser estimulada. Porém, é preciso cuidado com os suplementos.

 

Uma das medicações mais usadas no tratamento da Doença de Parkinson é a levodopa, que apresenta interação com as proteínas da dieta e com a suplementação da vitamina B6. A nutricionista Luciana Câmara orienta que seja evitado o consumo de proteína nos horários próximos à medicação (2 horas antes ou 2 horas depois).

 

“Falamos sobre uma alimentação que possa gerar mais energia, que possa melhorar a constipação, que seja anti-inflamatória, que cause menos engasgos, aliada ao consumo regular de água. O mais importante da alimentação no Parkinson é a relação da proteína com a medicação, para que a proteína não interfira na absorção da medicação. As informações que nós demos foi para que eles possam ter autonomia na alimentação e melhorar a qualidade dessa alimentação no dia a dia”, ressalta a nutricionista Luciana Câmara.

 

O Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada pela intensa diminuição da produção da dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na transmissão de mensagens entre as células nervosas). A dopamina ajuda na realização de movimentos voluntários do corpo, de forma automática, ou seja, não precisamos pensar em cada movimento que nossos músculos realizam, graças à presença dessa substância no cérebro. Na falta dela, o controle motor do indivíduo é perdido, ocasionando sinais e sintomas característicos.

 

Um dos pacientes da Clínica de Parkinson que participou da atividade foi João Oliveira, de 61 anos. Ele foi diagnosticado com a doença em 2016 e, há aproximadamente sete meses, faz acompanhamento no ISD. O tratamento medicamentoso aliado à fisioterapia específica para as necessidades dele tem gerado bons resultados. “Eu me sinto melhor, mais confiante. O atendimento das fisioterapeutas dos Anita me ajudou bastante com os exercícios que são repassados, principalmente na parte da comunicação. Hoje, eu engasgo menos, consigo falar melhor. Com a fisioterapia, meu enrijecimento (muscular) diminuiu e ganhei mais qualidade de vida”, comentou João Oliveira, que pela primeira vez participou da atividade presencial do grupo, sendo acolhido pelos pacientes mais antigos.

 

Conforme a preceptora multiprofissional neuropsicóloga Joísa Araújo, durante a fase mais aguda da pandemia, quando as atividades não essenciais foram suspensas, algumas edições do Educa Parkinson foram feitas de forma remota. “Era o possível para o momento. Sabíamos que eles estavam saudosos, pois eles se tratam como uma família, cuidando uns dos outros. Foi um momento de divisão de conhecimento e, também, de reencontros. Eles estavam super animados e não paravam de fazer perguntas à nutricionista”, comentou Joísa Araújo.

 

O retorno às atividades presenciais foi celebrado pelos pacientes da Clínica do Parkinson. Um dos mais animados era o aposentado Domingos Sávio de Azevedo Cabral, de 71 anos. Diagnosticado com Parkinson aos 58 anos, ele é um dos primeiros pacientes da clínica. Aliando o tratamento medicamentoso à fisioterapia e demais procedimentos desenvolvidos no Anita, ele detalhou ganho de qualidade de vida e autonomia. “Eu chamo isso aqui de céu. Eu nunca vim aqui para não aprender algo sobre o Parkinson. Sempre aprendo alguma coisa. Em função da minha doença, leio muito. Eu melhorei muito através da terapia e fisioterapia aqui no Anita”, comentou.

 

A preceptora multiprofissional fisioterapeuta e coordenadora do Programa de Residência no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência, Lorenna Santiago, destacou a importância da retomada das reuniões presenciais e anunciou a criação de uma comissão para discutir assuntos relacionados à Clínica de Parkinson do ISD. “A retomada das atividades presenciais do grupo de pacientes e familiares da Clínica de Parkinson do ISD, conhecido como grupo Tremeluzir, faz parte do tratamento da doença. O processo de aprender a lidar com o Parkinson para ter uma melhor qualidade de vida vai muito além de exercícios físicos, cognitivos e uso de medicações. Apropriar-se de informações específicas e trocar experiências com outras pessoas que estão vivendo situações semelhantes é fundamental para fortalecer a autonomia e a rede de apoio”, frisou.

 

Equipe

Integram a Clínica do Parkinson as preceptoras multiprofissionais do ISD, a neuropsicóloga Joísa Araújo; a fisioterapeuta Lorenna Santiago; a psicóloga Miliana Galvão; a fonoaudióloga Marília Brito; a assistente social Alexandra Lima e a terapeuta ocupacional Thays Brígido. Como preceptor médico, integra o grupo o neurocirurgião Hougelle Simplício. A nutricionista Luciana Câmara foi convidada a participar do encontro a partir das demandas trazidas pelos pacientes. As atividades desta segunda-feira contaram com o apoio das residentes do Programa de Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência, Érica Juliana Bezerra, Rafaelly Alves, Sara Lima, Leislei Maquiri, Lídia Gomes, Mirelly Danglês e Érika Carvalho.

Texto:  Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Foto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

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Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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