Atleta-usuária do ISD é convocada para Seleção Brasileira de Jovens da bocha paralímpica

Publicado em 13 de junho de 2024

A paratleta da bocha, Jessika Azevedo, recebeu uma notícia surpreendente nesta quarta-feira (12). Aos 21 anos, ela foi convocada para um período de treinamentos junto à Seleção de Jovens do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo. Os treinos estão marcados para acontecer entre 3 e 7 de julho, na sede do CPB, na capital paulista.

A convocação não era esperada por Jessika. Isso porque a paratleta atingiu a idade limite para integrar a Seleção de Jovens, que contempla atletas até os 21 anos. Ela já integrou a equipe de Jovens em outras convocações. Em São Paulo, Jessika terá a oportunidade de novamente se juntar aos paratletas que representam a bocha brasileira em competições internacionais.

“Essa convocação foi muito surpreendente porque achava que não poderia mais fazer parte da Seleção de Jovens. Mas, quando abri a lista e vi o meu nome nela, fiquei muito feliz. É muito bom ter essa possibilidade de, mais uma vez, estar em São Paulo, treinando com os atletas e profissionais da Seleção Brasileira e aprendendo coisas novas”, afirma Jéssika.

A paratleta é usuária da linha de cuidado do paradesporto do Instituto Santos Dumont (ISD) há um ano. Ela, que disputa competições de bocha pela Associação Paradesportiva do RN (APARN), tem a possibilidade de ser acompanhada por treinadores habilitados pelo CPB no Centro de Referência Paralímpico do ISD, localizado em Macaíba. Além disso, recebe auxílio dos profissionais da linha de cuidado, que potencializam o desempenho esportivo e trabalham a inclusão social como meio de melhorar a qualidade de vida dos usuários.

Jessika é uma promessa do paradesporto brasileiro. Em 2024, ela completa 10 anos praticando a bocha. Nesse período, participou de inúmeras competições nacionais e internacionais, tendo conquistado as medalhas de ouro nas Paralimpíadas Escolares, em 2016, e de prata, em 2018. A potiguar figura entre as principais atletas da modalidade no país, estando na suplência para os Jogos Paralímpicos de Paris, que será realizado entre agosto e setembro. “Disputar as Paralimpíadas é um sonho que, um dia, quero alcançar”, projeta. 

Enquanto o sonho olímpico não se torna realidade, Jessika conta com a ajuda do pai, Josenildo Agostinho, para conquistar resultados ainda melhores. Além de incentivá-la no esporte, Josenildo é calheiro da filha. É ele quem direciona a calha por onde a bola passa nas disputas de bocha. Jessika participa de competições na classe BC3, para pessoas com deficiência severa, que permite o uso de instrumento auxiliar e ajuda por outra pessoa. “É uma satisfação treinar junto com a minha filha, ajudá-la em competições e ver o crescimento dela através do esporte”, confessa Josenildo.

Ao nascer, Jessika foi diagnosticada com atrofia muscular espinhal (AME) tipo 2, uma doença neuromuscular que causa a morte dos neurônios motores inferiores. Em função da doença, ela tem limitação de movimentos nos membros inferiores e superiores. Paralelamente ao esporte, Jessika cursa arquitetura na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Conheça a bocha

A bocha paralímpica é uma das modalidades oferecidas pelo Centro de Referência Paralímpico do ISD, localizado em Macaíba. Atualmente, oito atletas-usuários da linha de cuidado do paradesporto treinam na estrutura, que funciona no Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita).

A modalidade pode ser praticada por atletas com elevado grau de paralisia cerebral ou deficiências severas. A competição consiste em lançar as bolas coloridas o mais perto possível de uma branca. Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio (calhas), e contar com ajudantes (calheiros), no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros.

Conforme explica o treinador do CPB, Samuel Vasconcelos, a bocha é um esporte inclusivo, de fácil acesso para pessoas com deficiência e pode ser praticado por diversos grupos etários. “A bocha é um esporte adaptado justamente para aquelas pessoas que não têm inclusão em outras modalidades. É uma grande ferramenta de inclusão para pessoas com grandes limitações. Queremos trazer mais atletas para o nosso esporte para vê-las brilhando em competições nacionais e internacionais”, projeta.

Centro de Referência Paralímpico

O Centro de Referência Paralímpico ISD/Macaíba é credenciado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). Atualmente, são oferecidas as modalidades de bocha e paratletismo para adultos e crianças a partir de 7 anos, de forma gratuita. Os treinamentos abrangem desde a iniciação esportiva até o alto rendimento.

Após realizar um agendamento, as pessoas interessadas passam por uma triagem remota seguida de uma avaliação global, quando se verificam os critérios de elegibilidade para as modalidades oferecidas no Instituto. O agendamento pode ser feito pelos telefones (84) 4042-0033; (84) 4042-0044, ou pelo WhatsApp: (84) 9-9155-3027, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Sobre o ISD

O Instituto Santos Dumont (ISD) é uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Compartilhe esta notícia

Recomendados

Mais Notícias

Atleta-usuária do ISD é convocada para Seleção Brasileira de Jovens da bocha paralímpica

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Compartilhe esta notícia