O Programa de Pós-Graduação em Neuroengenharia do Instituto Santos Dumont (ISD), o primeiro reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) nesta área de conhecimento no Brasil, terá um aumento no número de bolsas concedidas aos estudantes no ano de 2021. O programa de mestrado recebe bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (PROSUP). O número de bolsas disponíveis no programa cresceu de 5 para 7.

Essa ampliação se deve à mudança no modelo de concessão de bolsas e taxas escolares para programas de pós-graduação stricto sensu, ou seja, aquelas que titulam mestres e doutores nas diversas áreas do conhecimento em que estão inseridas. Desde 2020, a concessão de bolsas ou auxílios para pagamentos de taxas escolares no âmbito de programas de fomento à pós-graduação prioriza cursos ofertados em municípios com menores índices de desenvolvimento humano e com melhores resultados na avaliação de pós-graduação.

No caso do ISD, o fato das atividades de ensino, pesquisa e extensão do mestrado acontecerem na unidade do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), na zona rural do município de Macaíba (RN), foi o principal fator que contribuiu com o aumento de bolsas concedidas.

Localizada na Grande Natal, Macaíba foi por anos um dos municípios com uma das menores taxas de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Rio Grande do Norte, um dos fatores que pesaram na decisão de instalar o ISD na região, com o objetivo de transformar essa realidade. Nos anos 2000, de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Macaíba era classificado como “muito baixo”. Dez anos depois, o município elevou a categoria de “muito baixo” para “baixo”. Parte da missão do ISD é contribuir para elevar ainda mais esse índice através da educação, da ciência e dos atendimentos em serviços de saúde para a população do município.

Bolsas

No valor de R$ 1,5 mil, as bolsas são uma importante ferramenta para garantir a permanência de estudantes dedicados exclusivamente à pós-graduação. É o caso do mestrando Cláudio Júnior, biomédico natural de Caruaru (PE), que se mudou para o Rio Grande do Norte com o objetivo de cursar o Mestrado em Neuroengenharia do Instituto Santos Dumont. “O meu cenário, como o de outros estudantes aqui, é o de pessoas que vieram de outras cidades, Estados, apenas para cursar o mestrado do Instituto. Então, esse auxílio da bolsa é de suma importância para conseguir nos manter, já que muitos não contam com o apoio dos pais e o programa exige uma boa carga de dedicação e atenção”, afirma. Para garantir a bolsa, os estudantes precisam ter dedicação exclusiva à pós-graduação, e escrever relatórios semestrais que comprovem o envolvimento com as atividades de pesquisa, ensino e extensão da instituição.

Coordenador do curso de Mestrado em Neuroengenharia do ISD, o professor-pesquisador Abner Rodrigues Neto destaca que o aumento é bem-vindo diante da ampliação observada semestralmente no número de candidatos ao ingresso no programa. “Isso foi bom para nós porque a nossa procura está aumentando com o tempo. Nas últimas seleções, entraram mais de 10 estudantes. Então, com o aumento das inscrições, é importante que haja esse olhar também para as bolsas. O aumento do peso do IDH do município onde está localizado o programa foi importante para nós, que estamos fora da zona urbana desenvolvendo um programa de mestrado que tem como um dos objetivos impactar também com a criação de soluções tecnológicas na área de neuroengenharia que cheguem à essa população”, ressalta o coordenador.