Pacientes da Clínica de Lesão Medular Adulto do Instituto Santos Dumont (LMA/ISD) se reuniram nesta quinta-feira, 24, para celebrar o Carnaval e discutir estratégias de integração para o ano de 2022. O grupo, formado por homens e mulheres a partir dos 18 anos, é atendido nas clínicas do Centro Especializado em Reabilitação (CER ISD), na zona rural de Macaíba. Durante o encontro, o primeiro deste ano de forma coletiva, eles compartilharam metas a serem alcançadas até dezembro e depositaram cartas com o detalhamento delas em uma urna que será aberta no final do ano.

De acordo com a preceptora multiprofissional psicóloga Miliana Galvão, o encontro objetivava uma troca de experiências entre os usuários da Clínica. “São pessoas em situações parecidas, existe uma identificação entre eles. Isso favorece muito e acaba se tornando uma rede de apoio, ajudando no bem-estar deles em geral. É legal conversar com pessoas que entendem e sentem na pele o que o outro experiência”, explica.

Os pacientes foram instigados a escrever, desenhar ou relatar objetivos para o ano de 2022, inspirados em imagens diversas expostas no formato de fotografias. Eles tiveram um tempo para pensar e colocar no papel o que esperam fazer nos próximos meses. Os ideais mais comuns, compartilhados em uma roda de diálogo, foram: perder peso, voltar a praticar esportes, aprimorar a técnica na handbike e ir à praia.

“Eu quero voltar a fazer atividades físicas cinco vezes por semana; me dedicar aos estudos e passar no Enem para Teologia; viajar e contar minha história de superação e o amor de Jesus”, disse Genival Neves Correia Neto, 22 anos. Ele está em atendimento no ISD há quatro anos, desde que sofreu uma lesão medular.

Todas as metas escritas pelos pacientes foram depositadas em uma cápsula do tempo, que será reaberta na confraternização de final de ano para que o balanço daquelas alcançadas e/ou frustradas, seja feito. “Queremos saber um pouco o que eles querem que a Clínica ofereça e como eles podem contribuir nesse planejamento. Outro objetivo é que eles reflitam sobre o que eles querem para si em relação à qualidade de vida, saúde. É fazer o despertar para o pensamento em relação ao futuro, o que eu queria e o que eu fiz para realizar”, ressalta Miliana Galvão, que foi acompanhada pelas residentes da IV Turma da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência (RESPCD): Andrezza Viana e Érika Giovanna, fisioterapeutas; Rafaelly Alves e Leislei Maquiri, assistentes sociais; Érica Juliana Bezerra e Sarah Lima, psicólogas.

“Atuar na Clínica de Lesão Medular, enquanto fisioterapeuta residente, tem me proporcionado uma experiência muito rica por estar em contato com diferentes pacientes, quadros clínicos diversos desde a avaliação inicial até a alta. Estou me aperfeiçoando e aprofundando meus conhecimentos em neurorreabilitação, através da prática. Por ter a oportunidade de fazer atividades em grupo, percebo como a interação entre os pares e o compartilhamento de experiências aumenta sua motivação e engajamento nas terapias. E além disso, poder trabalhar com uma equipe multiprofissional amplia o olhar com relação à saúde, agrega muito conhecimento (tanto por meio dos atendimentos interprofissionais, quanto das discussões de caso) e garante que a assistência oferecida seja muito mais completa e efetiva para cada usuário”, declara a fisioterapeuta residente Andrezza Viana.