18/10/2016
Texto: Ariane Mondo – Ascom ISD
Em 17 de outubro, primeiro dia da participação do Instituto Santos Dumont (ISD) na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) de 2016, diversas atividades foram levadas ao público por suas unidades, localizadas em Natal (RN), Macaíba (RN) e Serrinha (BA). No Rio Grande do Norte, um dos destaques da programação do ISD foi a mesa-redonda “Mulheres na Ciência: Trajetórias e Desafios”, organizada pelo Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), uma das unidades do ISD, localizada em Macaíba (RN).
Reginaldo Freitas Júnior, diretor de ensino e pesquisa do ISD, deu as boas vindas a todos e ratificou a missão do ISD com ações que busquem a transformação social. Ele aproveitou a oportunidade para reafirmar o compromisso da Instituição na busca pela inovação científica e disse ser de fundamental importância a atuação de cientistas mulheres e a discussão proposta pela mesa-redonda.
A pesquisadora do IIN-EL, Manuela Sales, fez a mediação do evento, que teve a presença das pesquisadoras Elisama Vieira (UFRN), Selma Maria Bezerra Jerônimo (UFRN), Fívia Lopes (UFRN) e Anna Giselle Câmara (Unifesp). Elisama é uma das vencedoras da edição de 2016 do Prêmio L’Oréal-UNESCO Para Mulheres na Ciência.
As cientistas falaram sobre suas escolhas profissionais e seus projetos. Selma, que é Professora Titular em Bioquímica e Diretora do Instituto de Medicina Tropical do Rio Grande do Norte, reconheceu alguns desafios em se fazer ciência, como a dificuldade em se obter determinados tipos de insumos no Brasil, e afirmou: “Para mim, o aspecto principal é ter pessoas na ciência, mulheres e homens, com boa infraestrutura para trabalhar”. Ela disse que na carreira científica é extremamente importante ter figuras inspiradoras reais para a escolha e permanência na profissão.
Anna Giselle, que atualmente é aluna de pós-doutorado na Escola Paulista e Medicina (UNIFESP) e UFRN, na área de Engenharia Médica com ênfase em inovação para oftalmologia, falou das dificuldades de ser mulher na área de engenharia e comentou que atua em movimentos de estímulo a mulheres na área de computação. Ela afirmou que sempre gostou muito da carreira acadêmica. Para ela o fazer científico tem que gerar algum impacto na sociedade: “Cientistas têm que fazer algo na trajetória que faça diferença na vida das pessoas e não apenas para citação em papers. O dever do cientista é tentar encantar as pessoas com a ciência”.
Fívia, que é professora do Departamento de Fisiologia e coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicobiologia da UFRN, comentou os bastidores do seu currículo lattes, como o porquê de algumas escolhas profissionais e os dilemas encontrados no caminho. Ela afirmou: “A gente não pode formar apenas cientistas. Nós temos que formar pessoas e instigá-las. Temos que deixar um legado que não cabe só no currículo lattes”.
Elisama, que é professora da Escola de Ciências e Tecnologia da UFRN, explicou sobre o projeto vencedor no Prêmio L’Oréal-UNESCO Para Mulheres na Ciência, que foi desenvolvido em parceria com a Universidad de Castilla La Mancha (Espanha) e teve como objetivo inicial tratar solos contaminados com pesticidas e metais pesados utilizando tecnologia eletroquímica. Ela falou da importância de se fazer ciência observando a realidade e citou o dado alarmante de o Brasil ser o campeão mundial no uso de agrotóxicos na agricultura.
Ao final de todas as falas, a plateia fez perguntas para as pesquisadoras, que foram unânimes em concordar que o maior desafio é encarar a ciência como território vasto de experimentações e descobertas, independente de gênero.
Programação das atividades do ISD na SNCT 2016 – RN: https://www.facebook.com/events/1119930121416639/.