Pesquisadoras falam de projetos aprovados em edital universal do CNPq

Publicado em 11 de fevereiro de 2019

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. E por que o tema merece destaque? Dados do Instituto de Estatísticas da Unesco (da sigla em inglês UIS) atestam que menos de 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres. Alguns fatores, entre eles os vinculados a estereótipos de gênero, desencorajam mulheres a seguirem as chamadas carreiras STEM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Os dados coletados pelo UIS devem orientar organizações e empresas de todo o mundo a promoverem ações de inclusão e valorização do conhecimento científico produzido pelas pesquisadoras, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pactuados em 2015 na chamada Agenda 2030. Um dos principais órgãos financiadores da ciência no País, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) não destoa dos dados globais. Segundo o estudo “Participação das mulheres nas ciências e tecnologias: entre espaços ocupados e lacunas” de Betina Stefanello, Maria Lúcia Braga e Isabel Tavares, a concessão de bolsas do CNPq é praticamente igual entre mulheres e homens, porém uma minoria das cientistas que recebem financiamento está nas áreas de tecnológicas e exatas. Neste artigo, as autoras analisaram aspectos da participação feminina em ciência e tecnologia a partir de dados disponíveis no CNPq sobre concessão de bolsas e auxílios relativos aos anos de 2001 a 2014.

Pesquisadoras do IIN-ELS comentam financiamentos recentes

 

Em 2019, projetos de três cientistas do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS) receberam apoio da Chamada Universal 2018 do CNPq na faixa A. Carolina Kunicki, Fernanda Mesquita e Manuela Sales receberão um total de R$ 30 mil, cada uma, para seus respectivos projetos nas linhas de fomento de neurociências e imunologia e cada pesquisa financiada terá a duração de três anos. Em 2017, outra Pesquisadora do IIN-ELS, Mariana Araújo, também recebeu apoio na faixa A do edital Universal do CNPq. A seguir, elas comentam sobre os projetos financiados e a importância de obter apoio para o desenvolvimento científico e social do Brasil:

Carolina irá pesquisar como sistemas de interfaces cérebro-máquina que utilizam a análise da atividade neural em tempo real podem controlar dispositivos externos. Ela espera que seu projeto possa, a médio prazo, ajudar a restaurar, por exemplo, a função perdida em pacientes que tiveram um AVC e não possuem a sensibilidade tátil: “Por meio do auxílio recebido no Edital Universal do CNPq será possível financiar o projeto, assim como permitir a capacitação de recursos humanos e divulgação dos resultados científicos para a população e a comunidade científica. Além de ajudar a promover o desenvolvimento científico e tecnológico, auxílios como este têm permitido também o desenvolvimento socioeconômico do país”, afirma a pesquisadora.

Essa foi a primeira oportunidade de Fernanda em submeter proposta ao edital Universal e seu projeto pretende avaliar a eficácia da neuromodulação por Estimulação Medular Elétrica (EME) como terapia alternativa a pacientes com Doença de Parkinson. Ela explica: “Compreender os mecanismos pelos quais as terapias com dispositivos para neuromodulação têm se mostrado efetivas é importante para a segurança, eficácia e popularização do tratamento nos pacientes. Além disso, o estudo também possui potencial para identificar novos alvos terapêuticos, e poderá abrir novas perspectivas para os pacientes com essa enfermidade.”

Por razões ainda pouco compreendidas, a infecção congênita pelo vírus da Zika (ZIKV) pode causar microcefalia. Os resultados da pesquisa liderada por Manuela irão permitir traçar perfis imunológicos de mães e crianças com microcefalia e explorar os mecanismos envolvidos que desencadeiam essa desordem neurológica após a infecção por ZIKV. Segundo a Pesquisadora, os dados desse projeto feito em parceria com a Clínica de Microcefalia (na foto acima) do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS), poderão ajudar na escolha de esquemas terapêuticos mais eficientes para essa população de pacientes e no desenvolvimento de estratégias precoces de intervenção: “Ter sido contemplada pelo edital mostra que o nosso trabalho está sendo reconhecido e valorizado, e mais do que isso, indica que o projeto tem potencial para gerar bons resultados para a academia e para a população. Aproveito a oportunidade para agradecer todos os colaboradores desse projeto, que inclui professores e pesquisadores do IIN-ELS, CEPS, UFRN e UFPB. Sem o esforço em conjunto, a aprovação e realização do projeto não seria possível”, conclui Manuela.

Os resultados obtidos no projeto de Mariana irão contribuir para a compreensão dos mecanismos envolvidos na fisiologia de estados de mania e poderão, também, embasar o desenvolvimento de novos tratamentos para pacientes com doença bipolar (DB), que comumente apresentam alterações cíclicas de humor, caracterizadas por períodos de mania e depressão intercalados por períodos normais de humor. A Pesquisadora lembra da possibilidade de o apoio recebido poder incentivar os jovens cientistas: “Com o financiamento recebido pelo edital Universal, pude financiar boa parte da pesquisa aprovada. Além disso, as bolsas de Iniciação Científica e Apoio Técnico são essenciais para os alunos envolvidos no projeto.”

Texto e foto: Ariane Mondo / Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

Organização Social que mantém vínculo com o Ministério da Educação (MEC) e cuja missão é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão e contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 11 de fevereiro como o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. E por que o tema merece destaque? Dados do Instituto de Estatísticas da Unesco (da sigla em inglês UIS) atestam que menos de 30% dos pesquisadores do mundo são mulheres. Alguns fatores, entre eles os vinculados a estereótipos de gênero, desencorajam mulheres a seguirem as chamadas carreiras STEM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Os dados coletados pelo UIS devem orientar organizações e empresas de todo o mundo a promoverem ações de inclusão e valorização do conhecimento científico produzido pelas pesquisadoras, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pactuados em 2015 na chamada Agenda 2030. Um dos principais órgãos financiadores da ciência no País, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) não destoa dos dados globais. Segundo o estudo “Participação das mulheres nas ciências e tecnologias: entre espaços ocupados e lacunas” de Betina Stefanello, Maria Lúcia Braga e Isabel Tavares, a concessão de bolsas do CNPq é praticamente igual entre mulheres e homens, porém uma minoria das cientistas que recebem financiamento está nas áreas de tecnológicas e exatas. Neste artigo, as autoras analisaram aspectos da participação feminina em ciência e tecnologia a partir de dados disponíveis no CNPq sobre concessão de bolsas e auxílios relativos aos anos de 2001 a 2014.

Pesquisadoras do IIN-ELS comentam financiamentos recentes

 

Em 2019, projetos de três cientistas do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS) receberam apoio da Chamada Universal 2018 do CNPq na faixa A. Carolina Kunicki, Fernanda Mesquita e Manuela Sales receberão um total de R$ 30 mil, cada uma, para seus respectivos projetos nas linhas de fomento de neurociências e imunologia e cada pesquisa financiada terá a duração de três anos. Em 2017, outra Pesquisadora do IIN-ELS, Mariana Araújo, também recebeu apoio na faixa A do edital Universal do CNPq. A seguir, elas comentam sobre os projetos financiados e a importância de obter apoio para o desenvolvimento científico e social do Brasil:

Carolina irá pesquisar como sistemas de interfaces cérebro-máquina que utilizam a análise da atividade neural em tempo real podem controlar dispositivos externos. Ela espera que seu projeto possa, a médio prazo, ajudar a restaurar, por exemplo, a função perdida em pacientes que tiveram um AVC e não possuem a sensibilidade tátil: “Por meio do auxílio recebido no Edital Universal do CNPq será possível financiar o projeto, assim como permitir a capacitação de recursos humanos e divulgação dos resultados científicos para a população e a comunidade científica. Além de ajudar a promover o desenvolvimento científico e tecnológico, auxílios como este têm permitido também o desenvolvimento socioeconômico do país”, afirma a pesquisadora.

Essa foi a primeira oportunidade de Fernanda em submeter proposta ao edital Universal e seu projeto pretende avaliar a eficácia da neuromodulação por Estimulação Medular Elétrica (EME) como terapia alternativa a pacientes com Doença de Parkinson. Ela explica: “Compreender os mecanismos pelos quais as terapias com dispositivos para neuromodulação têm se mostrado efetivas é importante para a segurança, eficácia e popularização do tratamento nos pacientes. Além disso, o estudo também possui potencial para identificar novos alvos terapêuticos, e poderá abrir novas perspectivas para os pacientes com essa enfermidade.”

Por razões ainda pouco compreendidas, a infecção congênita pelo vírus da Zika (ZIKV) pode causar microcefalia. Os resultados da pesquisa liderada por Manuela irão permitir traçar perfis imunológicos de mães e crianças com microcefalia e explorar os mecanismos envolvidos que desencadeiam essa desordem neurológica após a infecção por ZIKV. Segundo a Pesquisadora, os dados desse projeto feito em parceria com a Clínica de Microcefalia (na foto acima) do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS), poderão ajudar na escolha de esquemas terapêuticos mais eficientes para essa população de pacientes e no desenvolvimento de estratégias precoces de intervenção: “Ter sido contemplada pelo edital mostra que o nosso trabalho está sendo reconhecido e valorizado, e mais do que isso, indica que o projeto tem potencial para gerar bons resultados para a academia e para a população. Aproveito a oportunidade para agradecer todos os colaboradores desse projeto, que inclui professores e pesquisadores do IIN-ELS, CEPS, UFRN e UFPB. Sem o esforço em conjunto, a aprovação e realização do projeto não seria possível”, conclui Manuela.

Os resultados obtidos no projeto de Mariana irão contribuir para a compreensão dos mecanismos envolvidos na fisiologia de estados de mania e poderão, também, embasar o desenvolvimento de novos tratamentos para pacientes com doença bipolar (DB), que comumente apresentam alterações cíclicas de humor, caracterizadas por períodos de mania e depressão intercalados por períodos normais de humor. A Pesquisadora lembra da possibilidade de o apoio recebido poder incentivar os jovens cientistas: “Com o financiamento recebido pelo edital Universal, pude financiar boa parte da pesquisa aprovada. Além disso, as bolsas de Iniciação Científica e Apoio Técnico são essenciais para os alunos envolvidos no projeto.”

Texto e foto: Ariane Mondo / Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

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Organização Social que mantém vínculo com o Ministério da Educação (MEC) e cuja missão é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão e contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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