Porque devemos discutir Neuroética em sala de aula

Publicado em 27 de julho de 2016

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27/07/2016

Texto: Luiz Paulo Juttel – Ascom ISD

Fotos: Ariane Mondo – Ascom ISD

Imagine a seguinte situação: são três horas da manhã, você saiu para se divertir com os seus amigos e precisa pegar um táxi para voltar para casa. Ao acenar, dois taxistas encostam ao mesmo tempo. Os carros são do mesmo modelo e ano e os dois taxistas são experientes em suas funções. A única diferença entre eles é que um trabalha para uma empresa que exige que seus condutores utilizem comprimidos para aumentar a atenção e a vigília, enquanto o outro não. Qual você escolheria e por quê?

Essa complexa pergunta abriu a fala do professor da Universidade da Carolina do Norte, (EUA), Jon Lepofsky, no Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), em Macaíba-RN. Lepofsky ensina neuroética a alunos de ensino médio da Carolina Friends School, por meio da análise de estudos de caso e do desenvolvimento de experimentos. Ele veio ao Brasil conhecer bons exemplos de ensino e pesquisa ligados à sua área de atuação e compartilhar sua experiência em sala de aula, onde estudantes exploram questões de ética, identidade, cidadania e poder.

Na palestra intitulada “O Ensino da Neuroética com Estudos de Casos: Introduzindo Estudantes à Neurociência e às suas Implicações para a Sociedade”, Lepofsky relatou que um assunto que desperta o interesse dos alunos são os produtos de aprimoramento das funções cognitivas do cérebro, como pílulas que prometem ampliar atenção, memória ou aprendizado. Ele trabalha com estudos de casos, como o do início dessa matéria, para levar à reflexão sobre processos cognitivos envolvidos na tomada de decisão, consciência e outros atributos relacionados ao autoconhecimento. O objetivo é levantar discussões em sala de aula sobre a diferença entre terapia e aprimoramento, a importância da tecnologia e a responsabilidade sobre a segurança e os resultados do consumo desses produtos que tendem a se difundir em um futuro próximo.

De acordo com Lepofsky, os assuntos de neuroética que interessam ensinar aos estudantes estão relacionados ao entendimento deles mesmos e à conexão com suas personalidades, tomadas de decisão e moralidades. “A neuroética aborda questões sobre as bases biológicas de nossas vidas e sobre os caminhos nos quais nossa natureza é moldada pelo meio em que vivemos, assim como as intersecções entre genes, cérebros, corpos e ambientes que se unem para formar o que somos”, explica Lepofsky. O professor diz ainda que é importante ensinar neuroética no ensino médio porque cada vez mais o que era considerado ficção científica tem se tornado fato científico (veja vídeo abaixo).

Após a sua palestra no IIN-ELS, Lepofsky visitou outras unidades do Instituto Santos Dumont: o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (CEPS) e os Centros de Educação Científica (CECs). Em sua carta de agradecimento, o professor se disse impressionado pelo modo como a neurociência é utilizada pelo ISD para melhorar a saúde e mudar a vida das pessoas, assim como pelas ações exemplares que têm o objetivo de ampliar o acesso a ideias e recursos, especialmente em áreas carentes do Brasil.

Como um entusiasta do trabalho do educador brasileiro Paulo Freire, Lepofsky disse ter visto o legado de Freire se concretizar no trabalho feito pelo ISD no Rio Grande do Norte, principalmente no sistema de educação científica que “empodera crianças para trabalharem juntas e endereçarem problemas do mundo real por meio de ciência”. Isso serve de inspiração aos educadores tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.

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Palestra de Jon Lepofsky sobre Neuroética no IIN-ELS.

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Audiência atenta aos estudos de caso apresentados por Lepofsky.
Audiência atenta aos estudos de caso apresentados por Lepofsky.

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Reunião com os professores do Centro de Educação Científica (CEC) de Natal.
Reunião com os professores do Centro de Educação Científica (CEC) de Natal.

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Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

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