*Renata Moura
Jornalista
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) desenvolveram, com parceria do Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra, do Instituto Santos Dumont (ISD), um aparelho que traz novas perspectivas à reabilitação de pessoas com desordens neurológicas e ortopédicas que reduzem a força muscular e provocam restrições de movimentos do tronco e das pernas.
“São pacientes com lesão medular, Acidente Vascular Cerebral, fraturas e Parkinson, por exemplo, que têm mobilidade reduzida e que, com um remo pela primeira vez adaptado para eles ganham um aliado para controlar os membros inferiores – que traz ainda como vantagem a perspectiva de ser mais acessível, mais barato do que outros, e de não precisar de energia elétrica”, diz Edgard Morya, professor e coordenador de pesquisas do IIN-ELS/ISD, que participou da análise de dados do projeto e, na próxima etapa, atuará na avaliação dos efeitos do ‘remo’.
“Vamos poder quantificar os dados da pesquisa no laboratório de neuroreabilitação do ISD, com pessoas usando equipamentos como o Lokomat – uma espécie de órtese robotizada – e o Zerog, que possibilita a marcha com a suspensão do peso do corpo”, acrescenta.
Acesso à população
O pedido de patente do aparelho foi registrado em dezembro pela UFRN e os detalhes da pesquisa publicados nesta semana em reportagem no portal da universidade (Clique aqui para ler o texto completo). Ainda não há perspectiva de quando a inovação poderá chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS) ou ao mercado, mas investidas para viabilizar o acesso à população já estão no radar.
“Agora passaremos para o estágio de viabilizar a fabricação com empresas interessadas no equipamento”, disse, em entrevista ao portal da UFRN, José Carlos Gomes da Silva, um dos cientistas da universidade envolvidos no desenvolvimento do chamado “Dispositivo remo para auxílio da manutenção postural, muscular e óssea”.
Os pesquisadores explicam que o aparelho permite a realização de ações semelhantes às de um remador, com o objetivo de melhorar os movimentos de extensão e flexão de joelhos e quadril. É o próprio peso do usuário que funciona como carga para o treinamento, que auxilia a manutenção da massa magra (músculos), da densidade óssea, do equilíbrio e da distribuição da força entre os membros.
Este foi o primeiro pedido de patente a registrar o nome do Instituto Santos Dumont. Na UFRN, o registro da propriedade intelectual está vinculado aos Programas de Pós-Graduação da Educação Física (PPGEF) e ao de Ciências da Saúde (PPGCSA) da universidade, bem como à Base de Pesquisa em Atividade Física (Afisa) e ao Programa Laboratório do Movimento (LABMOV), ambos do Departamento de Educação Física (DEF/UFRN).
O depósito do pedido de patente ocorreu em dezembro e tem como autores, além de Gomes e Morya, os pesquisadores da UFRN Márcio Valério de Araújo, Pablo Javier Alsina e Paulo Moreira Silva Dantas.
Gomes observa na entrevista ao portal da Universidade que o pedido de patente é fruto de um trabalho multidisciplinar, com inventores das áreas de educação física, engenharia e neuroengenharia e que “patentear uma invenção é resultado direto do processo de transformar ideias acadêmicas em soluções de problemas para a sociedade”.
*Com informações do jornalista Wilson Galvão, da Agência de Inovação da UFRN.
Texto: Renata Moura – Jornalista / Ascom – ISD
Fotos: Cícero Oliveira / Ascom – UFRN
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Instituto Santos Dumont (ISD)
É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.