ISD visita centros de reabilitação para pessoas com deficiência visual em São Paulo

Publicado em 7 de outubro de 2021

O exitoso trabalho de instituições de habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência visual no Brasil está inspirando o Instituto Santos Dumont (ISD) no processo de implementação do atendimento oftalmológico através do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV ISD), previsto para entrar em operação nos primeiros meses de 2022. Ao longo desta semana, o diretor-geral do ISD, Reginaldo Freitas Jr., acompanhado de Lilian Lira Lisboa, gerente do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita) e do coordenador do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV ISD), Hougelle Simplício, visitou a Fundação Dorina Nowill para Cegos, a Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva) e o Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico, em São Paulo (SP). O objetivo das visitas foi conhecer a metodologia de trabalho implementada no cuidado à saúde da pessoa com deficiência visual que os tornaram referências. Nesta sexta-feira (08/10), a Escola de Educação Fundamental Instituto dos Cegos, em Fortaleza, também será visitada. 

 

A primeira instituição a ser visitada em São Paulo, no início desta semana, foi a Fundação Dorina Nowill para Cegos, uma das mais antigas do país. “São 75 anos de experiência na promoção da autonomia e da inclusão das pessoas cegas na sociedade. Um trabalho muito potente e belíssimo de se ver. Há muita inspiração para o ISD aqui e somos conscientes do muito que temos que aprender com a excelência da Fundação Dorina Nowill. Articulamos parcerias promissoras para o desenvolvimento de nossos preceptores, para a inclusão do ISD na Rede de Leitura Inclusiva e para o acesso à Dorinateca, além de iniciarmos as tratativas para estratégias de intercâmbio de conhecimentos e tecnologias assistivas entre ambas as instituições. A visita, o acolhimento e a receptividade nos encantaram e estamos muito gratos por isso”, declarou o diretor-geral do ISD, Reginaldo Freitas Jr.

 

A Fundação Dorina leva o nome de sua idealizadora, Dorina de Gouvêa Nowill. Ela nasceu em São Paulo, no dia 28 de maio de 1919 e acabou ficando cega aos 17 anos de idade, após uma doença não diagnosticada. Foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, e conseguiu a integração de outra menina cega em um curso regular da mesma escola. Posteriormente, Dorina colaboraria para a elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956. Percebendo a carência, no Brasil, de livros em braille – sistema de escrita e leitura para cegos –, criou a então Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que iniciou suas atividades em 11 de março de 1946. Dorina se especializou em educação de cegos no Teacher´s College da Universidade de Columbia, em New York, Estados Unidos. Além de Reginaldo Freitas Jr., o coordenador do CER IV ISD, Hougelle Simplício, e a gerente do Anita, a fisioterapeuta Lilian Lira Lisboa também visitaram a Fundação. A equipe do ISD foi recepcionada por Alexandre Munck, superintendente da Fundação, Kely Magalhães, gerente de Serviços de Apoio à Inclusão e Sílvia Sertorio, responsável pelo Centro de Memória Dorina Nowill.

 

Ainda em São Paulo, outra instituição que abriu as portas para os representantes do Instituto Santos Dumont foi a Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva), localizada na Vila Mariana. A Associação tem como objetivo incluir a pessoa com deficiência visual na sociedade por meio do trabalho. A Adeva promove essa integração através de uma “educação global integrada e de sua capacitação, reciclagem profissional e inserção no mercado de trabalho, preparando-a para o pleno exercício da cidadania”. A Adeva foi fundada em agosto de 1978 por um grupo de amigos. Uns com deficiência visual, outros não.

 

“Reconhecer e transformar a nossa concepção capacitista é uma das maiores necessidades para a efetiva inclusão social das pessoas com deficiência. A visita à Adeva, foi muito rica nesse sentido. Em muitos momentos e em muitas atividades, Hougelle e eu éramos as únicas pessoas videntes, num local onde múltiplas atividades estavam acontecendo. Cada vez mais, entendemos que são as tantas barreiras que a sociedade impõe que determinam as dimensões para as quais alguém pode ser considerado com deficiência. A diferença jamais deveria excluir. Nosso CER IV se propõe a ser um promotor da inclusão e, para isso, também será necessário desenvolver ações voltadas para autonomia, para o trabalho e para a socialização, como a Adeva já faz. Eles têm muito a nos ensinar”, ressaltou Reginaldo Freitas Júnior. As instalações da Adeva e os trabalhos desenvolvidos na unidade foram detalhados pelo coordenador Márcio Spoladore.

 

Finalizando as visitas na capital paulista nesta quinta-feira (07/08), Reginaldo Freitas Jr. conheceu o Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico, no bairro do Ipiranga. É uma escola filantrópica, confessional, inclusiva e com recursos próprios, que vai desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental II. Atende crianças e adolescentes cegos, com baixa visão, sem deficiências ou ainda com outros comprometimentos de aprendizagem, sendo 100% gratuita. Desde sua fundação, é dirigido por Irmãs da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. O Instituto de Cegos Padre Chico nasceu em 07 de outubro de 1928, a partir de um apelo do Dr. José Pereira Gomes, médico oftalmologista, em uma reunião de comemoração à Semana Oftalmo-Neurológica da Sociedade de Medicina e Cirurgia em São Paulo para que se construísse uma escola para cegos.

 

“A visita ao Instituto de Cegos Padre Chico coincidiu com o aniversário de 93 anos da instituição. Uma acolhida generosa, carinhosa e cheia de significados. É muita experiência acumulada e uma expertise construída na práxis, no fazer diário, no incansável enfrentamento de uma realidade que tende, naturalmente, a limitar o potencial das pessoas cegas. Foi, sem a menor dúvida, um aprendizado muito inspirador para tudo o que estamos sonhando para o ISD, num lugar onde se respira esperança. Tudo o que se vê no ISD já foi o sonho de alguém. Concretizaremos mais este”, garantiu Reginaldo Freitas Jr. A visita foi guiada por Ana Maria Pires, diretora, e Ana Maria Diniz Rosalini, coordenadora pedagógica do Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico.

 

Nesta sexta-feira (08/10) será visitada a Escola de Educação Fundamental Instituto dos Cegos, em Fortaleza (CE).

 

CER IV

O Ministério da Saúde publicou, no Diário Oficial da União do dia 6 de agosto de 2021, a Portaria Nº 1.842, assinada pelo ministro Marcelo Queiroga, que oficializa a mudança de categoria do Centro Especializado em Reabilitação Anita Garibaldi (CER ISD) localizado na zona rural de Macaíba, de III para IV. A partir de agora, além dos serviços de reabilitação em deficiência auditiva, intelectual e física, o CER IV operacionalizado pelo Instituto Santos Dumont (ISD) passará a atender usuários com deficiência visual.

 

O primeiro CER IV da Grande Natal, e o segundo do Rio Grande do Norte, atenderá usuários oriundos da 7ª Região de Saúde, que inclui os municípios de Macaíba, Natal, Parnamirim, Extremoz e São Gonçalo do Amarante. Essa região concentra 1.371.945 habitantes, o que corresponde a quase 39% da população potiguar. Para financiar os procedimentos, o Ministério da Saúde fará um aporte anual de R$ 1.740.000,00. 

Texto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Imagens: Cedidas 

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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A primeira instituição a ser visitada em São Paulo, no início desta semana, foi a Fundação Dorina Nowill para Cegos, uma das mais antigas do país. “São 75 anos de experiência na promoção da autonomia e da inclusão das pessoas cegas na sociedade. Um trabalho muito potente e belíssimo de se ver. Há muita inspiração para o ISD aqui e somos conscientes do muito que temos que aprender com a excelência da Fundação Dorina Nowill. Articulamos parcerias promissoras para o desenvolvimento de nossos preceptores, para a inclusão do ISD na Rede de Leitura Inclusiva e para o acesso à Dorinateca, além de iniciarmos as tratativas para estratégias de intercâmbio de conhecimentos e tecnologias assistivas entre ambas as instituições. A visita, o acolhimento e a receptividade nos encantaram e estamos muito gratos por isso”, declarou o diretor-geral do ISD, Reginaldo Freitas Jr.

 

A Fundação Dorina leva o nome de sua idealizadora, Dorina de Gouvêa Nowill. Ela nasceu em São Paulo, no dia 28 de maio de 1919 e acabou ficando cega aos 17 anos de idade, após uma doença não diagnosticada. Foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos, e conseguiu a integração de outra menina cega em um curso regular da mesma escola. Posteriormente, Dorina colaboraria para a elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956. Percebendo a carência, no Brasil, de livros em braille – sistema de escrita e leitura para cegos –, criou a então Fundação para o Livro do Cego no Brasil, que iniciou suas atividades em 11 de março de 1946. Dorina se especializou em educação de cegos no Teacher´s College da Universidade de Columbia, em New York, Estados Unidos. Além de Reginaldo Freitas Jr., o coordenador do CER IV ISD, Hougelle Simplício, e a gerente do Anita, a fisioterapeuta Lilian Lira Lisboa também visitaram a Fundação. A equipe do ISD foi recepcionada por Alexandre Munck, superintendente da Fundação, Kely Magalhães, gerente de Serviços de Apoio à Inclusão e Sílvia Sertorio, responsável pelo Centro de Memória Dorina Nowill.

 

Ainda em São Paulo, outra instituição que abriu as portas para os representantes do Instituto Santos Dumont foi a Associação de Deficientes Visuais e Amigos (Adeva), localizada na Vila Mariana. A Associação tem como objetivo incluir a pessoa com deficiência visual na sociedade por meio do trabalho. A Adeva promove essa integração através de uma “educação global integrada e de sua capacitação, reciclagem profissional e inserção no mercado de trabalho, preparando-a para o pleno exercício da cidadania”. A Adeva foi fundada em agosto de 1978 por um grupo de amigos. Uns com deficiência visual, outros não.

 

“Reconhecer e transformar a nossa concepção capacitista é uma das maiores necessidades para a efetiva inclusão social das pessoas com deficiência. A visita à Adeva, foi muito rica nesse sentido. Em muitos momentos e em muitas atividades, Hougelle e eu éramos as únicas pessoas videntes, num local onde múltiplas atividades estavam acontecendo. Cada vez mais, entendemos que são as tantas barreiras que a sociedade impõe que determinam as dimensões para as quais alguém pode ser considerado com deficiência. A diferença jamais deveria excluir. Nosso CER IV se propõe a ser um promotor da inclusão e, para isso, também será necessário desenvolver ações voltadas para autonomia, para o trabalho e para a socialização, como a Adeva já faz. Eles têm muito a nos ensinar”, ressaltou Reginaldo Freitas Júnior. As instalações da Adeva e os trabalhos desenvolvidos na unidade foram detalhados pelo coordenador Márcio Spoladore.

 

Finalizando as visitas na capital paulista nesta quinta-feira (07/08), Reginaldo Freitas Jr. conheceu o Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico, no bairro do Ipiranga. É uma escola filantrópica, confessional, inclusiva e com recursos próprios, que vai desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental II. Atende crianças e adolescentes cegos, com baixa visão, sem deficiências ou ainda com outros comprometimentos de aprendizagem, sendo 100% gratuita. Desde sua fundação, é dirigido por Irmãs da Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. O Instituto de Cegos Padre Chico nasceu em 07 de outubro de 1928, a partir de um apelo do Dr. José Pereira Gomes, médico oftalmologista, em uma reunião de comemoração à Semana Oftalmo-Neurológica da Sociedade de Medicina e Cirurgia em São Paulo para que se construísse uma escola para cegos.

 

“A visita ao Instituto de Cegos Padre Chico coincidiu com o aniversário de 93 anos da instituição. Uma acolhida generosa, carinhosa e cheia de significados. É muita experiência acumulada e uma expertise construída na práxis, no fazer diário, no incansável enfrentamento de uma realidade que tende, naturalmente, a limitar o potencial das pessoas cegas. Foi, sem a menor dúvida, um aprendizado muito inspirador para tudo o que estamos sonhando para o ISD, num lugar onde se respira esperança. Tudo o que se vê no ISD já foi o sonho de alguém. Concretizaremos mais este”, garantiu Reginaldo Freitas Jr. A visita foi guiada por Ana Maria Pires, diretora, e Ana Maria Diniz Rosalini, coordenadora pedagógica do Colégio Vicentino de Cegos Padre Chico.

 

Nesta sexta-feira (08/10) será visitada a Escola de Educação Fundamental Instituto dos Cegos, em Fortaleza (CE).

 

CER IV

O Ministério da Saúde publicou, no Diário Oficial da União do dia 6 de agosto de 2021, a Portaria Nº 1.842, assinada pelo ministro Marcelo Queiroga, que oficializa a mudança de categoria do Centro Especializado em Reabilitação Anita Garibaldi (CER ISD) localizado na zona rural de Macaíba, de III para IV. A partir de agora, além dos serviços de reabilitação em deficiência auditiva, intelectual e física, o CER IV operacionalizado pelo Instituto Santos Dumont (ISD) passará a atender usuários com deficiência visual.

 

O primeiro CER IV da Grande Natal, e o segundo do Rio Grande do Norte, atenderá usuários oriundos da 7ª Região de Saúde, que inclui os municípios de Macaíba, Natal, Parnamirim, Extremoz e São Gonçalo do Amarante. Essa região concentra 1.371.945 habitantes, o que corresponde a quase 39% da população potiguar. Para financiar os procedimentos, o Ministério da Saúde fará um aporte anual de R$ 1.740.000,00. 

Texto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Imagens: Cedidas 

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É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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