As assistentes sociais residentes do Programa de Residência no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência (RESPCD) do Instituto Santos Dumont foram premiadas no 25º Seminário de Pesquisa do Centro de Ciência Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CCSA/UFRN), que aconteceu no mês de setembro, e teve como tema “As controvérsias da inovação e tecnologia no mundo do trabalho”.
Camila Rocha, Eloyse da Silva e Inaara Franco receberam o prêmio de Melhor Artigo do evento pelo trabalho “Particularidades do trabalho do/a assistente social em um Centro Especializado em Reabilitação para Pessoas com Deficiência”, apresentado no Grupo de Trabalho de Questão Social, Política Social e Serviço Social.
O trabalho busca refletir sobre a atuação do serviço social em um Centro Especializado de Reabilitação, evidenciando as particularidades deste ambiente. “Refletir sobre o trabalho do/a Assistente Social nos espaços sócio-ocupacionais, como no serviço de saúde, é um meio de potencializar a atuação para além de respostas imediatas e aligeiradas.”, explica a residente assistente social Camila Rocha. Ela destaca que analisar o cotidiano profissional faz parte do processo crítico-interventivo dessa profissão, que requer uma leitura ampla da realidade, com vistas à transformação societária. “Portanto, refletir sobre o trabalho nos CERs, recentes espaços de atuação do Serviço Social, também pode contribuir para visualizar a necessidade de inserção desses/as profissionais na defesa dos direitos das Pessoas com Deficiência.”, completa.
As controvérsias da inovação e tecnologia no mundo do trabalho
Em relação ao tema geral do seminário, que trata das contradições relacionadas aos avanços tecnológicos e sua implementação no mundo do trabalho, Inaara Franco afirma que, apesar da grande utilidade dessas tecnologias para o desempenho de diversas funções, é necessário um olhar amplo para a questão. “A inserção das tecnologias na esfera do trabalho pode ser uma ferramenta de grande utilidade quando pensamos no encurtamento das distâncias, comunicação em tempo real e compilação de dados. Em contrapartida, pode ser também um fator de aprofundamento de barreiras para o acesso a direitos, tanto para os trabalhadores, quanto para os usuários”, diz Inaara.
Isso tem reflexo tanto para profissionais como para pessoas que necessitam das tecnologias para acessar determinados serviços. Um exemplo que merece reflexão é a extensão do ambiente laboral para o doméstico e, consequentemente, das horas de trabalho, proporcionadas pela tecnologia . Outro ponto é a situação de vulnerabilidade socioeconômica de parte da população, que dificulta o acesso a essas tecnologias e, consequentemente, a determinados serviços. “O cotidiano e a prática profissional revelam que as Tecnologias da Informação e da Comunicação dificultam o acesso dos usuários aos serviços, a exemplo das solicitações para requerer o Benefício de Prestação Continuada- BPC, aposentadoria e auxílio por incapacidade temporária. Portanto, refletir sobre essas questões é refletir sobre o trabalho no tempo presente.” , destaca.
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