Fisioterapia na gestação auxilia no parto e puerpério; conheça os benefícios

Publicado en 25 de abril de 2022

A gestação é um dos momentos da vida mais esperado por grande parte das mulheres. As mudanças gestacionais provocadas no corpo feminino envolvem questões físicas, fisiológicas e psicológicas que precisam ser trabalhadas ao longo do período gestacional para que, chegado o momento do parto, mãe e filho se encontrem de maneira facilitada e, no caso da mãe, que ela se recupere o mais breve possível durante o puerpério. No Instituto Santos Dumont (ISD), um serviço que envolve o acompanhamento das mulheres em situação de gravidez de alto risco por fisioterapeutas minimiza os efeitos dessas adaptações, que são importantes, e as prepara para um parto sem medo. 

 

“A fisioterapia durante a gestação e no pós-parto proporciona à mulher (re)conhecer seu corpo e as mudanças físicas e fisiológicas existentes e necessárias nessa fase de gestação e pós-parto, deixando de pensar e achando que tem que conviver com essas alterações pelo fato de estar grávida ou no puerpério”, afirma a fisioterapeuta Lilian Lira Lisboa, gerente do Centro de Educação e PEsquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), uma das unidades do ISD em Macaíba. 

 

As alterações gestacionais mais comuns são aquelas na postura, por causa do crescimento do útero. Ele desloca o ponto de gravidade para a frente e tem que haver uma compensação postural. A grávida aumenta a lordose lombar, aumenta a cifose torácica, abre mais a perna e fica com um andar em bloco, também chamado de “passinho do pinguim”. Isso é necessário, pois senão ela poderia cair. Outra alteração que acontece é o aumento do volume sanguíneo, que faz com que a mulher grávida tenha uma maior facilidade de formação de edemas. Há a diminuição da resistência vascular periférica para que o sangue chegue mais fácil ao útero, que também facilita a formação do edema. Existe também uma condição de anemia fisiológica porque o volume de sangue aumenta, mas as hemácias, não. As grávidas trabalham com uma concentração de hemoglobina reduzida e deve-se ter um cuidado redobrado na prática de atividade física nesse período.

 

“A fisioterapia visa prevenir, tratar ou recuperar os efeitos dessas alterações que são necessárias para adaptar o corpo da mulher para gerar/gestar. A atenção fisioterapêutica trabalha com avaliação da biomecânica nas diferentes fases da gestação e atua com liberação miofascial, cinesioterapia e mais alguns recursos que vão favorecer uma gestação mais tranquila, além de preparar o corpo para um parto mais harmônico. Visa também ativar músculos que precisam ser ativados e relaxar músculos que precisam ser relaxados a depender da fase do parto. Tal atuação também pode proporcionar um pós-parto com menos consequências”, frisa Lilian Lira Lisboa.

 

Atendimento Especializado

 

A especialização Fisioterapia em Saúde da Mulher é regulamentada pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) desde 2009, em razão da importância e das evidências científicas positivas relativas à atuação do fisioterapeuta nesta área. No Rio Grande do Norte, porém, poucas unidades públicas de saúde disponibilizam esse tipo de serviço, sendo o Instituto Santos Dumont (ISD) um dos pioneiros. “É uma área muito nova dentro da Fisioterapia que ainda não faz parte do quadro do Serviço Público. Não existem fisioterapeutas especialistas em Saúde da Mulher trabalhando dentro do Estado e Prefeituras. Nas maternidades, também não. Temos essa realidade somente em Maternidades Escola, com fisioterapeutas em salas de parto, e a gente vive isso no serviço privado”, avalia a especialista em Saúde da Mulher, Larissa Varella, que atua como preceptora multiprofissional fisioterapeuta no Instituto.

 

Ela explica a importância do acompanhamento gestacional de alto risco por um profissional da Fisioterapia: “A ideia do pré-natal é que a gente possa prevenir todas as consequências das alterações naturais. Se a gente consegue atender as gestantes desde o começo, conseguimos fazer um trabalho de fortalecimento muscular, de equilíbrio, de coordenação e a tendência é que elas sigam a gestação com menos dor, menos desconforto, menos cansadas e mais funcionais. A gente pretende que a gestante tenha, durante os nove meses de gestação, uma mobilidade completa, que ela não precise ser afastada do trabalho por alguma incapacidade naquele momento, que ela possa ter uma vida livre durante a gestação”. 

 

Caso a paciente apresente alguma alteração em decorrência da gestação, ela será tratada adequadamente. Algumas chegam ao serviço de saúde com dores, disfunção articular, diabetes, hipertensão, complicações e outros riscos associados à gestação. “Nós (equipe multiprofissional) vamos tratar e estabelecer um controle glicêmico, estabelecer a pressão por meio da atividade física. Existem duas linhas: o tratamento pela prevenção e o da complicação. O ideal era que essa complicação não existisse”, ressalta Larissa Varella. A gravidez pode provocar, ainda, uma frouxidão articular por causa da relaxina, que é um hormônio liberado ao longo do período gestacional. 

 

Conforme Larissa Varella, todas as articulações ficam frouxas mesmo e isso aumenta o risco de lesão, com maior facilidade da mulher torcer um tornozelo ou machucar o joelho, por exemplo. A fisioterapia fortalece essas musculaturas para que isso não aconteça. “É necessário para que ocorra a abertura da pelve durante o parto. As mulheres grávidas também sentem dificuldades para respirar, pois o diafragma fica esmagado porque a caixa torácica abre mais. Há variação na frequência cardíaca e alteração no funcionamento vesical. A bexiga muda um pouco de posição. Há diminuição do peristaltismo, deixando o trânsito intestinal, de forma geral, mais lento favorecendo uma prisão de ventre”, elenca a especialista.

 

Parto e puerpério

 

Na gestação, o trabalho da fisioterapia também é focado no parto a partir do fortalecimento do assoalho pélvico, do abdômen e da flexibilização da pelve. No parto, a atuação da(o) fisioterapeuta ajuda nos posicionamentos relativos ao encaixe do bebê, na respiração para  melhorar a oxigenação e diminuir a ansiedade, e na questão do relaxamento da estrutura do assoalho pélvico.

 

“O parto acontece independente do fisioterapeuta. Mas, se essa mulher estiver calma, se ela conhecer a fisiologia do próprio trabalho de parto, ele será facilitado. No ISD, todo esse preparo ocorre no pré-natal com o objetivo delas terem consciência do seu papel no trabalho de parto. O acompanhante também participa de uma consulta de preparo de parto, na qual é ensinado o que é o trabalho de parto aos dois, falando de aspectos como a dilatação, o encaixe, e o que fazer para diminuir a dor, com técnicas de respiração e massagem, por exemplo. O papel do acompanhante durante o trabalho de parto, é muito importante. Alguns, atrapalham. A gente precisa reforçar isso para que quando chegue a hora do parto, ele flua”, declara Larissa Varella.

 

O acompanhamento fisioterapêutico é indicado para todas as grávidas, principalmente aquelas inseridas no grupo de alto risco. O retorno no pós-parto deve ser imediato para que o profissional possa avaliar as condições do início do puerpério. “Tudo o que muda na gestação, retorna no pós-parto. Há uma demanda emocional e física. Quando conseguimos fazer um bom trabalho na gestação, o pós-parto costuma ser menos doloroso em termos físicos. Se conseguirmos fortalecer a musculatura, estabilizar as articulações, a chance de dores no pós-parto, é menor. O trabalho no pré-natal será muito importante no pós-parto, também”, assegura a fisioterapeuta. 

 

O pós-parto é associado à privação do sono, ao cansaço extremo, às condições emocionais. É um momento difícil para inserir as atividades físicas, mas é necessário um esforço para que essa mãe não se torne sedentária e retome a rotina anterior à gestação. 

 

Vídeo

 

A fisioterapeuta Larissa Varella ensina alongamentos para as grávidas realizarem em casa.

 

Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=C2d-ZWvKCpI

 

Alterações gestacionais mais comuns

 

Síndrome do túnel do carpo;

Edema nos membros inferiores;

Dispneia;

Dorsalgia, lombalgia e sintomas de deficiência do assoalho pélvico, como a incontinência urinária e anal, entre outros;

Os músculos do assoalho pélvico ficam suscetíveis às adaptações hormonais e biomecânicas, tendo sua função afetada, especialmente pela sobrecarga do peso abdominal e do bebê.

Benefícios da fisioterapia durante a gravidez

Melhora da postura;

Redução dos inchaços;

Diminuição das dores nas articulações, lombar, pés e pernas;

Redução das câimbras;

Melhora da circulação sanguínea;

Fortalecimento do assoalho pélvico.

 

Fonte: COFFITO

Texto:  Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Foto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Consultoría de comunicación
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

Es una Organización Social vinculada al Ministerio de Educación (MEC) y engloba al Instituto Internacional de Neurociencia Edmond y Lily Safra y al Centro de Educación e Investigación en Salud Anita Garibaldi, ambos en Macaíba. La misión del ISD es promover la educación para la vida, formando ciudadanos a través de acciones integradas de enseñanza, investigación y extensión, además de contribuir para una transformación más justa y humana de la realidad social brasileña.

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A gestação é um dos momentos da vida mais esperado por grande parte das mulheres. As mudanças gestacionais provocadas no corpo feminino envolvem questões físicas, fisiológicas e psicológicas que precisam ser trabalhadas ao longo do período gestacional para que, chegado o momento do parto, mãe e filho se encontrem de maneira facilitada e, no caso da mãe, que ela se recupere o mais breve possível durante o puerpério. No Instituto Santos Dumont (ISD), um serviço que envolve o acompanhamento das mulheres em situação de gravidez de alto risco por fisioterapeutas minimiza os efeitos dessas adaptações, que são importantes, e as prepara para um parto sem medo. 

 

“A fisioterapia durante a gestação e no pós-parto proporciona à mulher (re)conhecer seu corpo e as mudanças físicas e fisiológicas existentes e necessárias nessa fase de gestação e pós-parto, deixando de pensar e achando que tem que conviver com essas alterações pelo fato de estar grávida ou no puerpério”, afirma a fisioterapeuta Lilian Lira Lisboa, gerente do Centro de Educação e PEsquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), uma das unidades do ISD em Macaíba. 

 

As alterações gestacionais mais comuns são aquelas na postura, por causa do crescimento do útero. Ele desloca o ponto de gravidade para a frente e tem que haver uma compensação postural. A grávida aumenta a lordose lombar, aumenta a cifose torácica, abre mais a perna e fica com um andar em bloco, também chamado de “passinho do pinguim”. Isso é necessário, pois senão ela poderia cair. Outra alteração que acontece é o aumento do volume sanguíneo, que faz com que a mulher grávida tenha uma maior facilidade de formação de edemas. Há a diminuição da resistência vascular periférica para que o sangue chegue mais fácil ao útero, que também facilita a formação do edema. Existe também uma condição de anemia fisiológica porque o volume de sangue aumenta, mas as hemácias, não. As grávidas trabalham com uma concentração de hemoglobina reduzida e deve-se ter um cuidado redobrado na prática de atividade física nesse período.

 

“A fisioterapia visa prevenir, tratar ou recuperar os efeitos dessas alterações que são necessárias para adaptar o corpo da mulher para gerar/gestar. A atenção fisioterapêutica trabalha com avaliação da biomecânica nas diferentes fases da gestação e atua com liberação miofascial, cinesioterapia e mais alguns recursos que vão favorecer uma gestação mais tranquila, além de preparar o corpo para um parto mais harmônico. Visa também ativar músculos que precisam ser ativados e relaxar músculos que precisam ser relaxados a depender da fase do parto. Tal atuação também pode proporcionar um pós-parto com menos consequências”, frisa Lilian Lira Lisboa.

 

Atendimento Especializado

 

A especialização Fisioterapia em Saúde da Mulher é regulamentada pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) desde 2009, em razão da importância e das evidências científicas positivas relativas à atuação do fisioterapeuta nesta área. No Rio Grande do Norte, porém, poucas unidades públicas de saúde disponibilizam esse tipo de serviço, sendo o Instituto Santos Dumont (ISD) um dos pioneiros. “É uma área muito nova dentro da Fisioterapia que ainda não faz parte do quadro do Serviço Público. Não existem fisioterapeutas especialistas em Saúde da Mulher trabalhando dentro do Estado e Prefeituras. Nas maternidades, também não. Temos essa realidade somente em Maternidades Escola, com fisioterapeutas em salas de parto, e a gente vive isso no serviço privado”, avalia a especialista em Saúde da Mulher, Larissa Varella, que atua como preceptora multiprofissional fisioterapeuta no Instituto.

 

Ela explica a importância do acompanhamento gestacional de alto risco por um profissional da Fisioterapia: “A ideia do pré-natal é que a gente possa prevenir todas as consequências das alterações naturais. Se a gente consegue atender as gestantes desde o começo, conseguimos fazer um trabalho de fortalecimento muscular, de equilíbrio, de coordenação e a tendência é que elas sigam a gestação com menos dor, menos desconforto, menos cansadas e mais funcionais. A gente pretende que a gestante tenha, durante os nove meses de gestação, uma mobilidade completa, que ela não precise ser afastada do trabalho por alguma incapacidade naquele momento, que ela possa ter uma vida livre durante a gestação”. 

 

Caso a paciente apresente alguma alteração em decorrência da gestação, ela será tratada adequadamente. Algumas chegam ao serviço de saúde com dores, disfunção articular, diabetes, hipertensão, complicações e outros riscos associados à gestação. “Nós (equipe multiprofissional) vamos tratar e estabelecer um controle glicêmico, estabelecer a pressão por meio da atividade física. Existem duas linhas: o tratamento pela prevenção e o da complicação. O ideal era que essa complicação não existisse”, ressalta Larissa Varella. A gravidez pode provocar, ainda, uma frouxidão articular por causa da relaxina, que é um hormônio liberado ao longo do período gestacional. 

 

Conforme Larissa Varella, todas as articulações ficam frouxas mesmo e isso aumenta o risco de lesão, com maior facilidade da mulher torcer um tornozelo ou machucar o joelho, por exemplo. A fisioterapia fortalece essas musculaturas para que isso não aconteça. “É necessário para que ocorra a abertura da pelve durante o parto. As mulheres grávidas também sentem dificuldades para respirar, pois o diafragma fica esmagado porque a caixa torácica abre mais. Há variação na frequência cardíaca e alteração no funcionamento vesical. A bexiga muda um pouco de posição. Há diminuição do peristaltismo, deixando o trânsito intestinal, de forma geral, mais lento favorecendo uma prisão de ventre”, elenca a especialista.

 

Parto e puerpério

 

Na gestação, o trabalho da fisioterapia também é focado no parto a partir do fortalecimento do assoalho pélvico, do abdômen e da flexibilização da pelve. No parto, a atuação da(o) fisioterapeuta ajuda nos posicionamentos relativos ao encaixe do bebê, na respiração para  melhorar a oxigenação e diminuir a ansiedade, e na questão do relaxamento da estrutura do assoalho pélvico.

 

“O parto acontece independente do fisioterapeuta. Mas, se essa mulher estiver calma, se ela conhecer a fisiologia do próprio trabalho de parto, ele será facilitado. No ISD, todo esse preparo ocorre no pré-natal com o objetivo delas terem consciência do seu papel no trabalho de parto. O acompanhante também participa de uma consulta de preparo de parto, na qual é ensinado o que é o trabalho de parto aos dois, falando de aspectos como a dilatação, o encaixe, e o que fazer para diminuir a dor, com técnicas de respiração e massagem, por exemplo. O papel do acompanhante durante o trabalho de parto, é muito importante. Alguns, atrapalham. A gente precisa reforçar isso para que quando chegue a hora do parto, ele flua”, declara Larissa Varella.

 

O acompanhamento fisioterapêutico é indicado para todas as grávidas, principalmente aquelas inseridas no grupo de alto risco. O retorno no pós-parto deve ser imediato para que o profissional possa avaliar as condições do início do puerpério. “Tudo o que muda na gestação, retorna no pós-parto. Há uma demanda emocional e física. Quando conseguimos fazer um bom trabalho na gestação, o pós-parto costuma ser menos doloroso em termos físicos. Se conseguirmos fortalecer a musculatura, estabilizar as articulações, a chance de dores no pós-parto, é menor. O trabalho no pré-natal será muito importante no pós-parto, também”, assegura a fisioterapeuta. 

 

O pós-parto é associado à privação do sono, ao cansaço extremo, às condições emocionais. É um momento difícil para inserir as atividades físicas, mas é necessário um esforço para que essa mãe não se torne sedentária e retome a rotina anterior à gestação. 

 

Vídeo

 

A fisioterapeuta Larissa Varella ensina alongamentos para as grávidas realizarem em casa.

 

Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=C2d-ZWvKCpI

 

Alterações gestacionais mais comuns

 

Síndrome do túnel do carpo;

Edema nos membros inferiores;

Dispneia;

Dorsalgia, lombalgia e sintomas de deficiência do assoalho pélvico, como a incontinência urinária e anal, entre outros;

Os músculos do assoalho pélvico ficam suscetíveis às adaptações hormonais e biomecânicas, tendo sua função afetada, especialmente pela sobrecarga do peso abdominal e do bebê.

Benefícios da fisioterapia durante a gravidez

Melhora da postura;

Redução dos inchaços;

Diminuição das dores nas articulações, lombar, pés e pernas;

Redução das câimbras;

Melhora da circulação sanguínea;

Fortalecimento do assoalho pélvico.

 

Fonte: COFFITO

Texto:  Ricardo Araújo / Ascom – ISD

Foto: Ricardo Araújo / Ascom – ISD

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