“A tenda está posta, a cadeira está vazia. Venha nos contar seu conto de amor, dor ou alegria”.

A frase é um estímulo utilizado na “Tenda do Conto”, nome usado para identificar um espaço de escuta, livre de julgamentos, que estimula pessoas a contarem suas histórias a partir de um objeto. A iniciativa começou a ser avaliada, na prática, nesta quarta-feira (24), como nova estratégia de cuidado em saúde no Instituto Santos Dumont (ISD). Ela deve virar realidade a partir de abril para usuários das clínicas de de Parkinson e Lesão Medular Adulto do Instituto. 

O projeto utiliza uma metodologia participativa e será realizado online por preceptores multiprofissionais e residentes do ISD. Esta quarta-feira foi de teste da metodologia e também de preparação para os profissionais que irão reproduzi-la na tenda virtual.

A Tenda do Conto é uma estratégia desenvolvida pelas enfermeiras Jacqueline Abrantes e Lourdes Oliveira, que atuam em Unidades Básicas de Saúde em Natal e buscavam compreender as histórias por trás de queixas dos usuários relacionadas à saúde. A preceptora multiprofissional psicóloga do ISD, Miliana Galvão, explica que a técnica que o Instituto irá replicar de forma virtual consiste em um espaço aconchegante como uma ‘sala de casa’, que possibilita escuta, partilha e fortalecimento dos vínculos entre profissionais e usuários. 

“É um espaço para aprender a observar, escutar e também partilhar nossas histórias, valorizando cada história de vida. Nesse momento de pandemia, também pode ser um momento acolhedor para os pacientes, que muitas vezes precisam e querem ser ouvidos”, disse a psicóloga.  A Tenda do Conto já havia sido adotada no ISD presencialmente. Agora, será implementada pela primeira vez de forma virtual como estratégia de cuidado em saúde. 

Os encontros serão quinzenais, às quartas-feiras, através do Google Meet, e serão mediados por preceptores e residentes que atuam nas Clínicas de Parkinson e Lesão Medular Adulto. 

“A tenda é um espaço inclusivo, porque você não precisa de muito para torná-la acessível e estimular as pessoas a contar sobre como esse objeto atravessa suas vidas e histórias. Além disso, é um convite à autonomia, as pessoas falam quando se sentem à vontade, caso se sintam, ali a gente consegue estimular a compreensão do outro”, diz o psicólogo e aluno da Residência Multiprofissional no Cuidado à Saúde da Pessoa com Deficiência, do ISD, Giovanni Sampaio.