Pesquisas de mestrado em Neuroengenharia do ISD abordam neurorreabilitação, intervenções terapêuticas e comportamento do cérebro

Publicado em 14 de agosto de 2024

O Programa de Pós-graduação em Neuroengenharia do Instituto Santos Dumont (PPGN/ISD) tem se destacado por suas pesquisas inovadoras, com grande potencial de impacto na qualidade de vida das pessoas. Os trabalhos de mestrado mais recentes, defendidos ao longo do mês de julho, seguiram neste sentido e abordaram temas diversos, sempre com foco na interdisciplinaridade e na aplicação prática das descobertas.

Confira abaixo um resumo das pesquisas:

A fonoaudióloga Thays Monteiro investigou os efeitos do fármaco 1A-116 na retenção de memórias, abrindo novas perspectivas para o tratamento de déficits cognitivos em doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Seu estudo sugere que a inibição de proteínas relacionadas ao esquecimento pode ajudar a preservar memórias episódicas. Já André Oliveira, engenheiro de controle, desenvolveu um sistema de Interface Cérebro-Computador baseado em Imagética Motora para reabilitação de tetraplégicos, integrando Estimulação Elétrica Funcional em ambiente de Realidade Virtual, mostrando que essa combinação pode melhorar significativamente a recuperação motora.

Fonoaudióloga Thays Monteiro investigou os efeitos do fármaco 1A-116 na retenção de memórias. Foto: Ascom/ISD

No campo do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a engenheira eletricista Letícia Ainoan estudou os efeitos da estimulação elétrica transcraniana na conectividade cortical de crianças autistas durante o sono, ampliando a base metodológica para a neuromodulação nesses casos. Paralelamente, a fonoaudióloga Anna Karoline Almeida explorou a combinação de estimulação da linguagem com estimulação elétrica transcraniana para melhorar a comunicação social em crianças com TEA. Ambas as pesquisas sugerem avanços para as  abordagens terapêuticas no âmbito do autismo.

Ezequiel Ferreira, por sua vez, desenvolveu um sistema de eletroestimulação para modulação da atividade neural na medula espinal, focando em baixo custo e portabilidade, com grande potencial para avanços para a medicina personalizada. A fonoaudióloga Emille Alves, durante seu mestrado, investigou os mecanismos neurofisiológicos da perda auditiva causada por exposição prolongada a ruídos intensos, destacando como esses ruídos comprometem a integridade do sistema auditivo e propondo um protocolo para futuras pesquisas.

Emille Alves durante seu mestrado defesa de mestrado em Neuroengenharia. Foto: Ascom/ISD

A fisioterapeuta Ericka Serafini explorou o uso de uma interface cérebro-computador para reorganizar o córtex cerebral de indivíduos com lesão medular espinal completa, combinando imagética motora com treino de marcha robótica e neurofeedback visual em tempo real. Os resultados mostraram uma reorganização cortical eficaz e melhorias na conectividade cerebral e na função da bexiga neurogênica, sugerindo um grande potencial para reabilitação clínica. A também fisioterapeuta Izadora Medeiros avaliou a eficácia do treino de tarefas duplas (cognitivas e motoras) em pessoas com Doença de Parkinson aliado à estimulação transcraniana, mostrando que essa abordagem pode aumentar a velocidade da caminhada, reduzir o risco de quedas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A fonoaudióloga Aline Roberta investigou os efeitos neurobiológicos do zumbido e da exposição constante a ruídos no cérebro, focando no córtex auditivo e no corpo geniculado medial, componentes fundamentais para o processamento auditivo. Seus resultados indicam uma redução no processamento auditivo, ampliando o entendimento sobre as alterações cerebrais associadas ao zumbido e fornecendo dados valiosos para futuras intervenções.

Por fim, as pesquisas de Aliny Vital, que estudou a resposta cerebral a situações estressantes, e Gilberto Tavares, que investigou as projeções entre estruturas subcorticais e o córtex pré-frontal medial, reforçam a importância de entender o cérebro para desenvolver intervenções eficazes em condições como ansiedade, fobias e transtornos relacionados ao estresse. 

Esses trabalhos demonstram a relevância do ensino interdisciplinar no desenvolvimento de pesquisas translacionais, que visam não só entender melhor os mecanismos cerebrais, mas também criar soluções concretas para melhorar a qualidade de vida das pessoas, indo além das bancadas do laboratório, às clínicas e espaços do dia-a-dia.

Sobre o ISD

O Instituto Santos Dumont (ISD) é uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

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