Pesquisa desenvolvida no ISD é premiada em conferência internacional de audiologia computacional

Publicado em 8 de julho de 2022

Um grupo formado por pesquisadoras do Instituto Santos Dumont (ISD), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade de Brasília (UnB) foi premiado na Virtual Conference on Computational Audiology [“Conferência Virtual sobre Audiologia Computacional”, em tradução livre] por um vídeo produzido sobre um protocolo experimental que visa investigar o sistema nervoso e o processo de reabilitação auditiva com uso de aparelhos auditivos.

 

“Atualmente, fazemos o monitoramento do uso do aparelho auditivo de uma maneira muito subjetiva. Temos protocolos de validação do uso do aparelho, que são basicamente questionários em que a gente se baseia muito na satisfação ou em algumas medidas cognitivas do usuário do aparelho. Mas não temos, no serviço de saúde, uma avaliação a nível de sistema nervoso central”, explica a mestranda em Neuroengenharia e fonoaudióloga Nancy Sotero, que integrou o projeto.

 

Além dela, participaram do estudo as fonoaudiólogas Sheila Andreoli Balen, professora na UFRN e pesquisadora de pós-doutorado no ISD, e Valéria Reis do Canto Pereira, professora da UnB e que também realiza pesquisas de pós-doutorado no ISD; as estudantes de mestrado Isabelle Costa de Vasconcelos (UFRN) e Emille Rayanne Arruda Alves (ISD); as estudantes de Iniciação Científica Thays Alves Monteiro (ISD), a fonoaudióloga Danielly Carla Silva Miranda e o pesquisador Edgard Morya, ambos do ISD.

 

“Como objetivo final, pretende-se avaliar e monitorar o esforço auditivo e as mudanças no processamento cortical de deficientes auditivos em decorrência do uso  de aparelhos auditivos, bem como auxiliar o paciente e os profissionais envolvidos no processo de reabilitação auditiva”, explica Valéria do Canto Pereira.

 

Segundo Nancy Sotero, o protocolo experimental lançado pelo grupo é importante porque vai permitir compreender melhor o motivo pelo qual algumas pessoas não conseguem se adaptar bem aos aparelhos auditivos. “Em casos em que não há uma boa adaptação, em que o paciente diz que não há resultados ou melhorias com o uso do aparelho, a gente não tem informações se essa pessoa está tendo dificuldades a nível de sistema nervoso ou se é algum problema mais cultural. Esse protocolo vai ajudar a tornar essa compreensão mais objetiva”, destaca.

 

As ferramentas

A pesquisa envolveu a avaliação de medidas da pupila e de potenciais evocados auditivos em adultos, utilizando rastreador ocular [eye-tracker] e eletroencefalograma, um exame não-invasivo que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea, captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. As informações da pupila dos participantes é relevante porque o diâmetro pupilar aumenta proporcionalmente à complexidade de tarefas auditivas.

 

“São medidas que utilizamos para ver duas coisas: a primeira, é se conseguimos medir alguma diferença na atividade cerebral antes ou depois do uso do aparelho auditivo. A segunda, é utilizada para ver se há alguma mudança no esforço auditivo do indivíduo ao utilizar o aparelho”, explica Nancy.

 

De acordo com a comissão avaliadora responsável pela premiação, o trabalho das pesquisadoras foi “original e criativo”, e tem potencial de influenciar de forma positiva as avaliações auditivas de pessoas que utilizam os aparelhos.

Texto:  Mariana Ceci / Ascom – ISD

Foto: Mariana Ceci / Ascom – ISD

Assessoria de Comunicação
comunicacao@isd.org.br
(84) 99416-1880

Instituto Santos Dumont (ISD)

É uma Organização Social vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e engloba o Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra e o Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi, ambos em Macaíba. A missão do ISD é promover educação para a vida, formando cidadãos por meio de ações integradas de ensino, pesquisa e extensão, além de contribuir para a transformação mais justa e humana da realidade social brasileira.

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“Atualmente, fazemos o monitoramento do uso do aparelho auditivo de uma maneira muito subjetiva. Temos protocolos de validação do uso do aparelho, que são basicamente questionários em que a gente se baseia muito na satisfação ou em algumas medidas cognitivas do usuário do aparelho. Mas não temos, no serviço de saúde, uma avaliação a nível de sistema nervoso central”, explica a mestranda em Neuroengenharia e fonoaudióloga Nancy Sotero, que integrou o projeto.

 

Além dela, participaram do estudo as fonoaudiólogas Sheila Andreoli Balen, professora na UFRN e pesquisadora de pós-doutorado no ISD, e Valéria Reis do Canto Pereira, professora da UnB e que também realiza pesquisas de pós-doutorado no ISD; as estudantes de mestrado Isabelle Costa de Vasconcelos (UFRN) e Emille Rayanne Arruda Alves (ISD); as estudantes de Iniciação Científica Thays Alves Monteiro (ISD), a fonoaudióloga Danielly Carla Silva Miranda e o pesquisador Edgard Morya, ambos do ISD.

 

“Como objetivo final, pretende-se avaliar e monitorar o esforço auditivo e as mudanças no processamento cortical de deficientes auditivos em decorrência do uso  de aparelhos auditivos, bem como auxiliar o paciente e os profissionais envolvidos no processo de reabilitação auditiva”, explica Valéria do Canto Pereira.

 

Segundo Nancy Sotero, o protocolo experimental lançado pelo grupo é importante porque vai permitir compreender melhor o motivo pelo qual algumas pessoas não conseguem se adaptar bem aos aparelhos auditivos. “Em casos em que não há uma boa adaptação, em que o paciente diz que não há resultados ou melhorias com o uso do aparelho, a gente não tem informações se essa pessoa está tendo dificuldades a nível de sistema nervoso ou se é algum problema mais cultural. Esse protocolo vai ajudar a tornar essa compreensão mais objetiva”, destaca.

 

As ferramentas

A pesquisa envolveu a avaliação de medidas da pupila e de potenciais evocados auditivos em adultos, utilizando rastreador ocular [eye-tracker] e eletroencefalograma, um exame não-invasivo que analisa a atividade elétrica cerebral espontânea, captada através da utilização de eletrodos colocados sobre o couro cabeludo. As informações da pupila dos participantes é relevante porque o diâmetro pupilar aumenta proporcionalmente à complexidade de tarefas auditivas.

 

“São medidas que utilizamos para ver duas coisas: a primeira, é se conseguimos medir alguma diferença na atividade cerebral antes ou depois do uso do aparelho auditivo. A segunda, é utilizada para ver se há alguma mudança no esforço auditivo do indivíduo ao utilizar o aparelho”, explica Nancy.

 

De acordo com a comissão avaliadora responsável pela premiação, o trabalho das pesquisadoras foi “original e criativo”, e tem potencial de influenciar de forma positiva as avaliações auditivas de pessoas que utilizam os aparelhos.

Texto:  Mariana Ceci / Ascom – ISD

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