Coordenadores dos 10 Centros Especializados em Reabilitação (CER) do Rio Grande do Norte se reuniram nesta quinta-feira (28/7) para discutir a implementação do modelo de cuidado centrado na família para a reabilitação, em uma atividade promovida pela Secretaria de Estado de Saúde do RN (Sesap/RN). O encontro aconteceu no Centro de Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), uma das duas unidades do ISD em Macaíba, onde o modelo já é adotado e serviu de base para a criação de um projeto piloto nos demais centros de reabilitação da 7ª Região de Saúde do Estado.
Segundo a coordenadora da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência do Estado, Marilene Soares, o objetivo do encontro é permitir que o ISD, o Centro de Reabilitação Infantil e a Clínica Heitor Carrilho, unidades da 7ª Região de Saúde que já adotaram o modelo dentro do plano piloto, apresentem seu fluxo de atendimento tendo como base o modelo centrado na família para os demais centros, a fim de permitir que essa experiência seja replicada em toda a rede estadual.
“A gente tem atendimentos nos CER onde já se vê um trabalho feito junto à família mas esse modelo ainda carece de aperfeiçoamento. Estamos elaborando esse projeto para configurarmos um formato onde paciente e família estejam juntos nesse atendimento, com a elaboração de metas e compartilhamento de expectativas, pois nem sempre aquele indivíduo poderá ser reabilitado em 100%, e o que queremos é que ele consiga ser inserido na sociedade e possa desempenhar suas atividades respeitando suas limitações. Para isso, é fundamental pensar no conjunto família, profissionais e serviços de saúde e comunidade”, afirma Marilene.
O modelo de cuidado centrado na família busca dar maior horizontalidade ao processo de reabilitação. Nele, a família configura uma parte central, com participação ativa nas tomadas de decisões e na definições de metas, assumindo uma corresponsabilidade no cuidado dos pacientes, junto com a equipe de saúde, como explica a Coordenadora de Atividades de Ensino do ISD, a psicóloga Samantha Maranhão.
“A família é uma peça central na reabilitação. Ela é uma grande protagonista desse processo de cuidado. É a família que tem que ajudar a equipe de saúde a dizer quais os melhores caminhos e melhores estratégias, trazendo um cuidado horizontalizado, com a família no mesmo nível da equipe de saúde, como corresponsável pelo cuidado e proativa nesse processo, inclusive participando das tomadas de decisão.”.
A proposta para adoção de um fluxo de reabilitação centrado na família para a rede estadual foi apresentada pelo ISD à Sesap ainda em 2021. Em julho daquele ano, a Secretaria deu início a uma série de encontros com o ISD, CRI e Clínica Heitor Carrilho para a implementação do projeto piloto na 7ª Região de Saúde. “Esse modelo não é uma novidade: ele já é adotado em diversos países e em alguns estados do Brasil. Então, quando o Anita trouxe a ideia de trabalhar em toda a rede com esse modelo, aceitamos na hora conversar com todos, e o projeto piloto foi feito exatamente na 7ª Região de Saúde.“, afirma Marilene Soares.
Segundo a coordenadora, a adoção deste modelo vai permitir, ainda, ampliar o fluxo de atendimentos na rede, reduzindo a fila de espera existente para os serviços de reabilitação. “Esse trabalho vem para proporcionar aos centros uma possibilidade de dar um fluxo maior ao atendimento de pacientes, porque hoje temos uma lista de espera muito grande para atendimentos e, se não trabalhamos com estratégias para que essa fila ande, nunca vamos dar oportunidade para que outras pessoas possam acessar o serviço”, destaca a coordenadora.
Texto: Mariana Ceci / Ascom – ISD
Foto: Naomi Lamarck / Ascom – ISD
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